segunda-feira, 23 de abril de 2012

Ler e Escrever em Artes Visuais


Quanto se fala em estabelecer relações interdisciplinares é importante refletirmos como trabalhamos a arte em nossas escolas. Até bem pouco tempo atrás se aprendia arte sem ver arte, o que é o mesmo que aprender a ler sem ter acesso aos livros.
Você, eu e grande parte da nossa geração concluímos seus estudos sem ter contato com as obras de arte (menos ainda com a arte brasileira, de difícil circulação), porque se entendia que as imagens poderiam prejudicar a preservação da espontaneidade e a livre manifestação do aluno, objetivos da grande maioria dos professores. Fato que fez com que permanecemos analfabetos no que se refere ao mundo das imagens e dos objetos que fazem parte do acervo simbólico da humanidade e com o qual podemos aprender sobre o passado, entender e transformar o presente e fazer projeções para o futuro. No final de década de 80, no Brasil surgiram ideias de que a Arte não é só expressão, mas também conhecimento, e comportamento inteligente e também sensível, o que eliminou a dicotomia entre cognição e emoção, e criou terreno para a circulação dos fundamentos de uma proposta de ensino de arte ancorada na própria arte, em sua história, em sua apreciação e em seus fazeres.
Ana Mae Barbosa – 1991 – Através da Metodologia Triangular propõe a organização do ensino das Artes Visuais no inter-relacionamento entre três eixos: O fazer artístico do aluno, a leitura da obra de arte e a contextualização histórica, ou como sugerem os PCNs para o ensino de Arte entre a produção do aluno, a fruição das obras e a reflexão. A partir da abordagem triangular o termo “leitura” incorporou-se ao vocabulário dos professores de arte, entendido como leitura de imagem, de obras, de objetos, ou de um elemento qualquer.

LEITURA DE IMAGEM

Ler não é tentar decifrar ou adivinhar de forma iserta o sentido de um texto, mas é, a partir do texto, atribuir-lhe significados relacionando-o com outros textos na busca da sua compreensão, dos seus sentidos e de outras possíveis leituras.  Paulo Freire (1993) nos falava da necessidade de aprender a fazer a leitura do mundo, não mecanicamente, mas vinculando linguagem e realidade e usava o termo cosmovisão ao referir-se a esse alargamento do olhar.
Se decodificar um texto é entrar em sua trama, na sua textura, no seu tecido, ler um texto pictórico é adentrar em suas formas, linhas, cores, volumes e particularidades na tentativa de desvelar um código milenar que muitas vezes nos é desconhecido e por vezes nos assusta. Por ser um sistema simbólico, de representação, a subjetividade contida na arte proporciona uma infinidade de leituras e interpretações que dependem das informações do leitor, das suas experiências anteriores, das suas vivências, lembranças, imaginação, enfim, do seu repertório de saberes.
A educação do olhar é fundamental, por que o olhar seleciona, associa, organiza, analisa, constrói, desconstrói e saboreia as imagens tanto as da arte quanto as do cotidiano, chamado por Pillar de conhecimentos visual. Ana Mae Barbosa, afirma que ao educarmos ao alunos para lerem imagens produzidas por artistas... estamos preparando-os para lerem imagens que os cercam em seu meio ambiente. Com isso estamos pretendendo uma educação estética – ensinar a ver, uma vez que o conhecimento da arte não se dá de forma espontânea e sim medida pelo professor e pelas interações que ocorrem na sala e fora dela.
Quanto maior o número de imagens de arte que estiver alimentando o olhar do aluno e do professor maior será a possibilidade de inferências, de criatividade e de sensibilidade nos demais relacionamentos da vida cotidiana.

Possibilidades de Leitura de Imagem:

Feldman, (citado por Barbosa, 1991, pg. 20), aponta os quatro estágios a serem seguidos para a leitura de imagens, que serão distintos porem interligados entre si e não ocorrem necessariamente nessa ordem, são eles: Descrição; Análise; Interpretação; Julgamento.

1- Descrição – Indica o que é perceptível na imagem: prestar atenção ao que se vê, é a partir da observação listar, apenas o que esta evidente. Exemplo: tipos de linhas e formas utilizadas pelo autor, cores, elementos e demais propriedades da obra, o título da obra, o artista que a fez, o lugar, época, material utilizado, técnica, estilo ou sistema de representação, ser figurativo ou abstrato...
2- Análise – Diz respeito aos aspectos formais da obra: ao comportamento dos elementos entre si, como se influenciam e se relacionam. Exemplo: os espaços, os volumes, as cores. As texturas e a disposição na obra criam contrastes, semelhanças e combinações diferentes que neste momento serão analisadas.
3- Interpretação – Hipóteses sobre o significado: este estágio é o mais gratificante, é quando se procura dar sentido ao que se observou, tentando identificar sensações e sentimentos experimentados, buscando estabelecer relações entre a imagem e a realidade no sentido de apropriar-se da mesma.
4- Julgamento – neste estágio emitimos um juízo de valor a respeito da qualidade de uma imagem, decidindo se ela merece ou não atenção. Nesta etapa as opiniões são muito divergentes, pois algumas obras têm um significado especial para algumas pessoas e nenhum valor para outras. Mas é senso comum que um bom trabalho é o que tem o poder de encantar muitas pessoas por um longo tempo.
Feldman, citado por Barbosa, sugere que as leituras sejam comparativas entre duas ou mais obras, a fim de que se destaquem semelhanças e diferenças, possibilitando analogias e aprendizagens mais enriquecedoras.
“O contato com a arte tem a função de levar o aluno a pensar sobre sua realidade social e, em que ela pode ser modificada ou acrescida a partir deste estudo.”

LEITURA DE IMAGEM E INTERTEXTUALIDADE

É na inter-relação do indivíduo com os objetos que se dá a organização de um sistema de imagens visuais/mentais que, gradualmente, conduzem a percepções cada vez mais complexas e sutis, permitindo não só a compreensão dos conhecimentos inerentes à arte mas, principalmente, a produção de conhecimento em arte. Consequentemente, o estímulo à leitura das imagens é fundamental para que alcancemos esta meta e passemos a perceber o que muitas vezes se esconde a um olhar desatento.
Paul Klee, artista plástico Suíço, afirma que arte não reproduz o visível, torna visível, e é nesta possibilidade de se revelar de se construir ao nosso olhar, de apontar novos significados, que está uma das importâncias da leitura das imagens para o processo de alfabetização estética.
Aprender a ler os códigos de sistema de representação das artes visuais é tão importante quanto o entendimento do sistema numérico e da escrita.
No entrelaçamento de várias imagens cultiva-se a agilidade visual e o malabarismo intelectual.

INTERTEXTO NA SALA DE AULA

Ao valorizar o intertexto, o professor, ao invés de oferecer uma só imagem para leitura, irá estimular a manipulação de várias imagens ao mesmo tempo. Assim serão pesquisados jornais, revistas, catálogos, TV, vídeo, os multimeios, o computador, os objetos do cotidiano e os recursos contemporâneos nos quais as interfaces de cada discurso poderão ser descobertas e confrontadas com a arte, criando novos significados para o aluno. É preciso ter presente, no entanto, que estas interfaces não estão postas, mas sim se constroem ao olhar do observador, em decorrência das suas experiências e dos seus repertórios.
Por esse motivo, a leitura da imagem aliando o método comparativo de análise de obra de arte de Feldman (anteriormente citado em Barbosa, 1991), ao intertexto contribui para dinamizar a ação pedagógica, pois sintoniza-se com uma postura constante, tanto de alunos quanto de professores. As interações se constroem ao olhar do observador, dependem do seu conhecimento, de sua vivência, pode se comparar com a idéia de “garimpagem” das imagens.

Releitura
Releitura refere-se ao processo de produção por parte do aluno de um trabalho prático, envolvendo as variadas técnicas das artes visuais ou mesmo de outras áreas do conhecimento, como a música, o teatro ou a dança. Se reler é ler novamente, é reinterpretar, reelaborar, redefinir, então a releitura é criar novos significados. Não é pois uma cópia, mas, sim, criação com base em um texto visual que serve como referência com o intuito de uma aproximação maior com a obra.
A leitura de imagem não precisa necessariamente resultar em releitura. É, na verdade, um recurso a mais para tomar atraente o ensino da arte e desenvolver habilidades para a compreensão da gramática visual.

A escrita da arte
Conforme Buoro (1996), a arte reapresenta o mundo, o indivíduo e as práticas sociais, segundo uma forma particular e subjetiva. Ao reapresentar as ideias, o indivíduo o faz por meio de uma simbologia muito pessoal e que caracteriza as diferentes linguagens artísticas: ora nos valemos dos símbolos linguísticos, ora dos códigos corporais, ora dos musicais ou plásticos. Este procedimento não é apenas apresentar ou comunicar ideias e sentimentos, mas expressá-los aliando o real e o imaginário, a razão e a emoção, perpassadas pelo que de mais refinado habita em nós: nossa capacidade de criar e sonhar e, com isso, elaborar conhecimentos que nos humanizam.
É na infância que se desenvolvem as construções simbólicas que permitem o trânsito entre o real e o imaginário e asseguram a compreensão de que as produções pessoais são fonte de domínio e saber sobre a escrita diferenciada da arte e fonte de prazer pelo envolvimento afetivo que proporcionam: Ao privilegiar o percurso criativo do aluno estaremos desestimulando os modelos prontos para colorir, as folhas mimeografadas ou xerocadas e as imagens estereotipadas que empobrecem a manifestação simbólica da criança rumo ao desenvolvimento de sua identidade como sujeito capaz de criar/recriar, participar/transformar.
É neste fazer/refazer que está a alfabetização na linguagem dos elementos que constituem as produções artísticas, tais como, as formas, linhas, cores, texturas, volume, movimento, equilíbrio etc. que fazem parte dos códigos da escrita plástica e que precisam ser explorados pelo aluno para que possa usá-Ios, compreendê-Ios e transformá-Ios, enriquecendo assim suas vivências. Este fazer criativo que chamamos de alfabetização artística, abrange as técnicas de compor, desenhar, pintar, modelar em argila, a escultura, a gravura (xilogravura, infogravura etc.), as instalações e tantas outras manifestações.
É fundamental que o ensino das artes visuais contemple aspectos relacionados com o fazer artístico dos alunos, suas técnicas e procedimentos, a apreciação da arte entendida como leitura das imagens e a contextualização histórica que situa a obra em seu tempo e espaço e costura as ligações com o cotidiano. Além desses, a plural idade cultural, a preservação patrimonial, usos e costumes, folclore, artesanato, festas populares, rituais familiares e outras manifestações enriquecem o currículo escolar. Com isto pretendesse promover uma educação abrangente, interativa, vinculada ao coletivo e emancipatória no sentido de contribuir para repensar sua realidade. Assim, as aprendizagens em arte ocorrerão não só na sala de aula, mas em museus, exposições, oficinas e lojas de artesanato, no contato com artistas da região e familiares ou conhecidos dos alunos que executem um ofício ligado à arte, seja popular ou decorativa e que possam dar depoimentos e mostrar seus trabalhos na escola. Desta forma, será mais fácil para o aluno o entendimento de que arte é um trabalho como tantos outros e não um passatempo, ainda que se possa entender a arte como um passatempo produtivo.
Por fim, é preciso entender que todos nós, professores de qualquer área do conhecimento, somos responsáveis pela educação estética de nossos alunos, tanto pelo que oferecemos de imagens estereotipadas de qualidade duvidosa quanto pelo que aceitamos de trabalhos infantis despersonalizados ou, ainda, por nos omitirmos daquilo que deveríamos fazer e não fazemos. Conhecer a arte, tanto local quanto universal, e expressar-se através da arte é um direito de todo aluno.
É necessário que a escola, como local privilegiado onde deve ser exercido o princípio democrático de acesso à informação e formação de todas as classes sociais, compreenda que a arte é prática social que, no fazer, faz também cultura e história.



 Fonte:
Adaptação do Texto: Ler e Escrever em Artes Visuais – Isabel Petry Kehrwald
Organizadoras: Fabiana Santos e Neiva Antunes

terça-feira, 10 de abril de 2012

Comunidade Educativa de Arte - Ações 2011

 
RESUMO DAS ATIVIDADES DE ARTES VISUAIS REALIZADAS EM AÇAILÂNDIA – MA NO ANO DE 2011

Formadoras: Fabiana Gonçalves Santos e Neiva Antunes Pinheiro

Acreditamos que arte é o conhecimento mediador da construção social, revelador de intenções e relações, que possibilita o acesso à produção cultural da humanidade, levando seu apreciador a entender melhor sua caminhada e a construir sua identidade. No encontro desses olhares, está a concretização da produção cultural de uma comunidade dialogando com o mundo contemporâneo. Por isso as ações de arte, em parceria com a Comunidade Educativa – CEDAC - propôs situações que viabilizassem a aprendizagem significativa por meio de Formação Continuada de Supervisores, em um total de 50, que eram os agentes multiplicadores nas escolas, e do Projeto de Formação Continuada de Professores do 6º ao 9º Ano – PROFAP, que atendeu 12 professores.
O projeto desenvolvido nas escolas oportunizou situações didáticas em sala de aula para que o aluno apreendesse, através da recepção, apropriação e ressignificação, as concepções e a função da arte na sociedade, conforme orientações do PCN, LDB 9394/96 e Proposta Curricular do Município.
Em março de 2011, iniciamos a Formação Continuada com o orientador da Comunidade Educativa, André Vilela, os Colaboradores dos municípios de Pindaré-Mirim, Santa Inês, Paragominas e Ipixuna, em Arari – MA. O encontro teve como objetivo socializar as ações de encerramento, em Arte, do ano de 2010 e planejar as ações para 2011.
Em abril de 2011, iniciamos a 1ª formação com os supervisores que objetivou o conhecimento prévio do repertório de imagem e sobre o ensino da arte nas escolas. Após discussões e reflexões sobre os assuntos estudados propomos que era necessário aplicar, com urgência, ações que transformassem a prática pedagógica, então apresentamos o projeto, em anexo.
As formações aconteceram durante os meses de abril a outubro de 2011 a fim de que as etapas do projeto fossem executadas com os alunos. Preparamos um cronograma de acompanhamento para observação e orientação das aulas com os alunos.
O encerramento do projeto aconteceu em novembro e dezembro, com exposições nas escolas. Com a exposição, notamos o quanto as aulas de Arte foram diferentes, pautadas em conhecimentos significativos. A cada visita, surpreendíamos o quanto os alunos apreenderam. Dentro dessas perspectivas é que prezamos pela Formação em Serviço, tanto do Supervisor Pedagógico quanto dos Educadores, para que juntos, proporcionem aos alunos, aprendizagem que tenha significado para sua atuação na sociedade.
Em outubro, 04 a 06/10/2011, a Comunidade Educativa, renuiu-se em Arari para apresentar as ações desenvolvidas em 2011, com o objetivo de socializar as ações desenvolvidas em 2011, da Comunidade de Arte de Açailândia para as Comunidades Educativas – Polo NE Estrada de Ferro Carajás – Açailândia, Alto Alegre, Arari, Ipixuna, Paragominas e Pindaré-Mirim, analisar e estudar conteúdos de aprendizagens em Arte e propor ações voltadas para cada município participante e discutir ações educativas, em Arte, para o ano de 2011.
Os resultados obtidos foram sobre a importância do ensino de Arte na escola através da análise de obras/objetos de arte e acima de tudo, o quanto é importante reorganizar essa disciplina nas escolas e promover aprendizagens/formação continuada para os professores desse Componente Curricular. Outro fator importante foi o pré-planejamento das ações para 2012.

 
Participação das Formadoras nos Encontros Regionais de Comunidade de Arte


Estudo e Formação de Arte com os supervisores escolares


Desenvolvimento das aulas de Arte nas escolas

  

PROFAP - Formação de Professores e oficina de arte

 
FOTOS DE ARQUIVO PESSOAL - ATIVIDADES REALIZADAS EM 2011
Fabiana Gonçalves Santos e Neiva Antunes Pinheiro


domingo, 8 de abril de 2012

Dica de livro: 300 Propostas de Artes Visuais


Muitas vezes dá um trabalhão montar aulas de Arte diferentes e criativa para os alunos por isso é sempre bom ter em mãos um livro com dicas, ideias, sugestões e atividades práticas que enriqueçam o repertório de possibilidades do professor.

300 propostas de artes visuais
Autor: Ana Tatit e Maria Silvia M. Machado
Editora: Edições Loyola

Sinopse:
Entre outras, uma grande qualidade do livro é a de suas 300 propostas - que na verdade são 450 e que poderiam se transformar em 1000 - serem ampliáveis. O livro dá sugestões para os professores montarem aulas de artes plásticas diferentes e criativas para seus alunos. No livro as 300 propostas de artes visuais há um repertório para o professor e também um mundo de possibilidades inventivas para o leitor. O livro apresenta 8 capítulos, cada um aborda uma técnica, que dá liberdade para que o professor monte seu curso. As 300 propostas servem para pessoas de qualquer idade. As autoras tiveram o cuidado de apresentar materiais acessíveis pensando em instituições com ou sem recursos, para que a aula de artes possa ser mais bem elaborada. O livro apresenta conteúdo ligado ao processo de criação artística, em algumas propostas do livro existem referencias de artistas ou movimentos de história da arte.
 
 
fonte:
http://www.loyola.com.br/produtos_descricao.asp?lang=pt_BR&codigo_produto=6470  
 

Meia Noite em Paris


Quem gosta de Arte vai achar este filme interessante 




Gênero: Comédia / Romance
Classificação etária: 12 anos
Tempo de Duração: 100 minutos
Ano de Lançamento: 2011
Estúdio/Distrib.:  Paris Filmes
Direção:  Woody Allen

 
O longa conta a história de Gil (Owen Wilson), um escritor frustrado que trabalha em Los Angeles escrevendo roteiros para filmes hollywoodianos. Ele, juntamente com sua noiva Inez (Rachel McAdams) e a família dela, vão para a Paris para uma viagem turística comum, com visitas a museus e pontos importantes. Porém, a aura da cidade, todas suas referências artísticas e seu espírito cultural fazem com que Gil se apaixone pelo lugar e comece a repensar sua carreira.
A suave e cômica ridicularização que Woody Allen faz recorrentemente à pseudo-intelectuais (como na cena de Noivo Neurótico Noiva Nervosa em que McLuhan dá um cala boca num professor chato) também pode ser vista no papel do amigo de Inez, Paul (Michael Sheen), que, com seus discursos pedantes sobre o que o artista estava pensando quando fez uma obra, cativa Inez ao longo dos passeios pelos museus.
Em Meia-Noite em Paris, Woody Allen levanta uma questão interessante a respeito de como as gerações atuais se sentem em relação às anteriores. Gil acha que a realidade da nossa época é muito plástica, sem profundidade e poesia, e acredita que o melhor momento para artistas como ele foi Paris na década de 20, época da Geração Perdida (grupo com Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald, Ezra Pound, Sherwood Anderson etc).
Em meio à admiração pela cidade e pesar pelo rumo que sua vida tomou, em uma noite Gil misteriosamente realiza o sonho de conhecer os artistas que admira ao ser mandado para a década de 20. Lá, ele passa por cafés e bistrôs e conhece escritores, músicos e personalidades como a divertida Zelda Fitzgerald (Alison Pill) e até uma das musas inspiradoras de Mondigliani e Picasso, Adriana (Marion Cotillard, linda como sempre), de quem se aproxima muito.
O ponto mais interessante são as conversas que estabelece com alguns nomes como Hemingway (Corey Stoll), Salvador Dalí (Adrien Brody) e Gertrude Stein (Kathy Bates) a respeito da verdadeira natureza da arte e do processo criativo, que entra em contraste gritante com os discursos enfadonhos do pseudo-intelectual que quer impressionar sua noiva nos tempos atuais.


Fonte:
http://setimacena.com/criticas/critica-meia-noite-em-paris/