sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Teatro de improviso: Exercício de Improvisação


POETA/TRADUTOR       (2 ATORES)

Esta peça é interpretada diretamente para o público. Um dos atores recita um poema original, uma fala de cada vez, em "gromelot", mas como se estivesse falando a língua de um país estrangeiro específico. O outro ator, dividindo o palco com o poeta, traduz cada fala para o público. O tradutor deve também falar com o sotaque, adequado do país se assim desejar. Enquanto alternam a fala, a tradução deve refletir a interpretação dramática do poeta, o qual, por sua vez, deve recomeçar a história do ponto onde o tradutor para. Este exercício traz para os participantes o benefício de audição e do trabalho para construir o poema.
Antes de começar, pegue uma sugestão de uma Primeira fala para um poema original. Se você tem habilidade em sotaques, pode também pedir uma sugestão de um país estrangeiro. Se não, escolha um sotaque com o qual esteja familiarizado. O tradutor pode escolher um local para recitação do poema e começar a apresentação apresentando-se a si mesmo e ao poeta.

LEGENDAS       (4 ATORES)

Este é similar ao do Poeta/Tradutor, mas envolve 4 atores. Dois deles interpretam personagens de um filme em língua estrangeira (falando em gíria). Os outros dois, mantendo-se à distancia do palco, fornecem legendas verbais que traduzem o filme para o português diante do público. Aqui, ouvir é de suma importância, já que ajuda a criar uma história impedir que as pessoas falem uma da outra. Tenha em mente que cada fala em gíria deve ser traduzida 'antes da fala seguinte ser interpretada.

DUBLAGEM       (4 ATORES)

Este exercício tem a mesma organização das Legendas, só que desta vez os personagens no palco simplesmente movem os lábios para simular que estão falando. Os atores que estão fora do palco fornecem as vozes, atuando para sincronizar o diálogo com o movimento das bocas dos colegas. Os atores que atuam no palco podem orientar os dubladores colaborando com atividades físicas a expressões faciais apontando diálogos adequados ou "apropriadamente" inadequados.

RESTAURANTE ESTRANGEIRO         (3 OU 4 ATORES)

Esta cena é designada para permitir que os atores exercitem seus sotaques e utilizem palavras e diálogos próprios daquele sotaque. O cenário é um restaurante no qual é servido algum tipo de comida típica. Os fregueses podem ser brasileiros, mas a equipe do restaurante é composta de pessoas de origem étnica selecionada. Os membros da equipe podem ser garçons, cozinheiros ou mártires. Se os atores forem hábeis em falar dialetos, deixe que o público escolha o tipo de restaurante. Esta cena leva em conta a prática em interpretar personagens, a utilização de entradas e saídas e o uso de dialetos.

CENA DUPLA           (4 ATORES)

O palco é dividido em 2 áreas de modo que 2 cenas possam acontecer ao mesmo tempo. As 2 cenas devem estar relacionadas uma à outra e devem alternar-se na tomada de foco. Um exemplo deste arranjo é um baile de estudantes de ginásio. A área do palco é dividida em um banheiro masculino de um lado e um banheiro feminino do outro. No dos homens, dois rapazes conversam sobre seus encontros enquanto no outro banheiro, as garotas falam sobre os rapazes. Embora os atores e o público ouçam realmente o que está sendo dito em ambos os banheiros, os personagens não ouvem. O humor vem do uso da informação que, supostamente, você não ouve para influenciar o que você diz. Pode-se comentar o que está sendo dito na outra cena sem realmente admitir que ouviu.

QUEM SOU EU          (EXERCÍCIO DE GRUPO)

Um dos participantes deixa o ambiente e, ao voltar, deve adivinhar que pessoa famosa os outros decidiram que ele é. O exercício é feito em forma de cena, mas o improvisador que deixou a sala não sabe que personagem está interpretando. Nessa hora, aparecem as dicas sobre como os outros se referem a ele na cena. Evidentemente, eles não podem dizer o nome dele ou fazer qualquer referência direta sobre quem ele é. Se aquele que tenta adivinhar, tiver ideia sobre que pessoa ele é, começar a adotar o modo de agir característico daquela pessoa e dizer as mesmas coisas que ela diria. Se ficar evidente que está enganado, ele deve atuar como espectador e ouvir um, pouco mais até ter outra ideia sobre quem pode ser. Continue sempre em forma de uma cena. Evite fazer perguntas como "Eu derrubei uma cerejeira?" ou "Sou eu George Washington?" (ou similares racionais). Comece com ou um ou dois atores e com aquele que tenta adivinhar. Outros podem entrar em cena se tiverem ideias para pistas, mas devem sair logo que tiverem cumprido seu propósito, de modo a não haver muitas pessoas no palco. Ao mesmo tempo, este exercício é bom para desenvolver a representação de um personagem.

O PROVÉRBIO SOU EU     (EXERCÍCIO EM GRUPO)

Eu sei que o nome não faz sentido, mas é isso o que eu tenho ouvido durante anos. Sendo uma variação do exercício Quem Sou Eu? O Provérbio Sou Eu desafia o ator a adivinhar e usar uma expressão comum ou aforismo, como "A grama do vizinho é sempre mais verde", que os outros escolheram enquanto ele saiu do ambiente. Interpretado em forma de cena, o local deve refletir o significado da expressão. Por exemplo, se a expressão for "A grama do vizinho...", a cena deve ser sobre inveja (ou ciúme). As pistas devem vir através do tema clã cena de modo a levar o ator que adivinha a dizer a expressão naturalmente no contexto do que está acontecendo à sua volta. Inicie a cena com outro ator além daquele que está adivinhando, para que depois outros possam entrar e sair e dar pistas subsequentes. A cena termina quando o ator que está adivinhando utiliza a expressão como parte de seu diálogo.

FALA OCULTA        (2 ATORES)

Cada ator do grupo pega um pedaço de papel no qual escreve uma fala simples do diálogo, jogando-a depois dentro de um chapéu. Antes de iniciar a cena, um dos atores pega uma das falas que está no chapéu, devendo incorporá-la à mesma. Ele deve construir o enredo da cena de modo que a fala do diálogo se encaixe na história sem emendas. De fato, deve ser difícil para o público adivinhar qual era a fala oculta de diálogo. O outro ator, mesmo não sabendo o conteúdo da fala oculta, deve atuar em conjunto com o colega a fim de criar a história na direção para a qual ele a estiver conduzindo. Para tomar este exercício mais desafiador, mande ambos os atores pegarem um pedaço de papel e atuarem juntos no sentido de ajudar um ao outro a emitir discretamente suas falas.

CENA PARA TITULO DE CANÇÃO      (2 A 4 ATORES)

Dividam-se em grupos de 2 a 4 atores. Cada grupo escolhe uma canção bem conhecida e cria uma cena que reflita o significado de seu título. Evite usar o título ao pé da letra. Use-o como um tema para a cena. Por exemplo, se o título for "I left My Heart in San Francisco", a cena deve ser sobre alguém que esteja vivendo uma relação a longa distância ao invés de ser sobre um doador de órgãos.(*) Os demais membros dos grupos pode adivinhar cada título quando a cena estiver concluída.

(*)Optamos por manter o exemplo em inglês "Deixei meu Coração em São Francisco" - apenas por uma questão de fidelidade ao texto.

ALTER EGO      (4 ATORES)

Neste exercício, que tem estrutura semelhante ao das Legendas, 2 atores estão no palco enquanto 2 outros permanecem fora dele. Os primeiros criam uma cena juntos, mas após cada fala do diálogo, a voz de um dos atores que está fora do palco diz simultaneamente o que o personagem está realmente pensando. Aqui, dar e receber é um elemento integral, como o é a capacidade de ouvir. A mesma técnica utilizada no exercício da Cena Dupla se faz neste. Os atores no palco, sabedores do que seus alter egos estão dizendo, podem utilizar a informação para influenciar o modo como seus personagens comportam-se e reagem um ao outro.

UMA PALAVRA DE CADA VEZ       (2 ATORES)

Este exercício mostra a quantidade de informações que uma só palavra pode conter. Uma vez que um personagem proferiu uma determinada palavra, não poderá fazê-lo de novo até que o outro personagem tenha falado. A cena prossegue com l palavra de cada vez. É um exercício de economia de diálogos. Um erro comum dos improvisadores é a tendência que eles têm de falar demais em uma cena, dizendo mais coisas do que é necessário. É também uma lição para que se utilizem ações em uma cena ao invés de confiar que o diálogo a conduza. A cena pode basear-se em uma premissa simples dada pelo diretor do grupo ou pelo público.

UMA FRASE DE CADA VEZ      (2 ATORES)

Esta cena tem as mesmas regras e arranjo do exercício anterior, só que os atores podem usar apenas 1 frase de cada vez. Para não frustrar o propósito deste exercício, alterne as falas de modo que os atores não possam proferir duas frases ao mesmo tempo.

SEM PERGUNTAS       (2 ATORES)
 
Esta é uma cena na qual tomam parte 2 pessoas, tendo como única restrição a não formulação de perguntas. O propósito é fazer com que os atores se acostumem a acrescentar informações, a expandir a cena e a fazer suposições, ao invés de lançar sobre os ombros do outro ator o fardo de expandir a cena fazendo-lhe perguntas. A cena pode basear-se numa premissa simples dada pelo diretor do grupo ou pelo público.

TRANSFORMAÇÃO      (2 ATORES)

Este exercício é de difícil realização e difícil explicação. É mais ou menos como realizar seis deixas consecutivas com os mesmos 2 atores sem congelar a ação. Escolha ocupações de abertura e de conclusão para ambos os atores. Eles começam a cena, cada um desempenhando sua ocupação inicial. Então, é a medida que a cena prossegue, eles se transformarão através de uma série de papéis ou ocupações diferentes até a conclusão da cena, quando os atores chegarem às suas ocupações de conclusão. As transições podem ser indicadas através de mudanças corporais ou vocais. Por exemplo, um dos atores pode ser um entregador de pizzas segurando com as duas mãos uma pizza de tamanho grande. Ele pode então transformar aquela posição corporal tomando-se um médico e estendendo as mãos como se elas tivessem sido escovadas. Nesse caso, o outro ator pode, de imediato, tornar-se um enfermeiro e começar a ajustar luvas de borracha nas mãos.

Este é um exercício feito para um ator seguir o outro. Quando um deles faz uma transição para um novo personagem ou ocupação, o outro vem depois e se torna um personagem semelhante. Não existe um enredo contínuo. Qualquer um dos atores pode mudar de personagem ou ocupação em qualquer tempo combinado. Portanto, ambos devem estar flexíveis e prontos para mudanças bruscas. Faça um total de cinco ou seis mudanças.

CENA DE COMEÇO TARDIO      (2 ATORES)

2 atores sobem ao palco sem ideias preconcebidas - sem locais nem personagem e com as mentes em branco. Então, sem pressa, deixam que a cena se desenvolva. Se os minutos passaram sem nenhum diálogo, tudo bem. Por fim, um dos atores se sentirá como que estando em algum lugar por alguma razão e começa a relatar esta informação ao outro ator. Esse outro ator deve então se adaptar de acordo, e juntos criam a cena. Este exercício encoraja os atores a sentirem-se à vontade para participar da cena de maneira totalmente aberta, a fim de ver o que pode vir a acontecer. Isso também os ajuda a serem capazes de se ajustar a qualquer informação que se desenvolva.

RASHOMON        (3 ATORES)

Neste exercício, a mesma cena básica é repetida 3 vezes consecutivas, uma vez a partir do ponto de vista de cada personagem. Em cada variação, um dos personagens é a figura dominante enquanto os outros interpretam papéis secundários na cena. Baseado no filme Rashomon, de Akira Kurosawa, aborda como diferentes personagens veem o mesmo acontecimento.
LANÇANDO UMA IDÉIA       (3 OU 4 ATORES)

Este exercício é para criar uma ideia em conjunto. O elenco da cena é algum tipo de equipe criativa, como um grupo de executivos de vendas, desenhistas de automóveis ou produtores de filmes. Eles têm que criar um tipo de produto e construir uma campanha de publicidade em torno dele. Não deve haver negação, já que cada ator acrescenta coisas novas às ideias dos outros.

AUDIÇÃO       (4 OU 5 ATORES, INCLUINDO UM DIRETOR)

Escolha uma situação teatral que requeira uma audição. Pode ser para um musical ou uma peça. Pode ser também por uma companhia teatral local, para uma produção na Broadway, ou mesmo para escolha do elenco de uma novela. Um dos atores é designado como diretor e fica responsável pela preparação do ambiente para o público. Cada um que faz a audição se apresenta, fornece suas credenciais e apresenta algum tipo de audição para o papel ao qual ele se adéqua. Os que fazem a audição podem executar um monólogo, cantar uma canção, dançar ou bancar o bobo - qualquer coisa que demonstre seu talento. Quer o personagem seja realmente talentoso ou não, ele sempre deve dar o máximo de si ao fazer a audição.

LIVRO DE RITMOS     (3 OU 4 ATORES E 1 MAESTRO)

Neste exercício cada ator escolhe um escritor bem conhecido e, quando apontado pelo maestro, conta uma história no estilo daquele escritor. Lembre-se de não repetir nem sobrepor-se ao diálogo do ator que falou antes. A plateia ou diretor do grupo pode sugerir uma primeira fala original para começar. Para tornar o exercício mais desafiador, deixe que a plateia sugira quais os escritores a serem utilizados.


(Extraído de Improv Comedy, Samuel Freneh ed., CA. 1991. Traduzido por Jorge Mauricio de Abreu. Colaboração do Curso de Tradução do Departamento de Letras da PUC-Rio). In Cadernos de Teatro nº 135 (out. nov. dez. de 1993) p. 07 a 12.

FONTE:
http://www.teatrocristao.net/texto/exerc_cios_de_improvisa_o_humor

Dança afro-brasileira


A dança afro-brasileira compõe-se de um conjunto de diferentes danças e dramatizações, que apresentam em comum a raiz negra africana. Recriada no Brasil, nas diferentes épocas e regiões, essa herança foi ganhando novos significados e expressões. Na sua origem, algumas delas eram realizadas para recordar ou relatar aos mais jovens, fatos históricos marcantes. Ao reforçar tradições e fundamentos da sua cultura, as danças tornavam-se um importante meio de autoafirmação do grupo familiar ou social. Outras danças, entretanto, nasceram como meio de expressão e diversão, relacionando ao corpo, emoções e atitudes das pessoas daquele grupo. Eram também uma forma de valorização diante do grupo ou de si mesmos. Revelavam a intensidade do axé (energia) de cada um, de seu poder e capacidade de atuação. Trazidas ao Brasil, com a escravidão, encontraram nas senzalas e nos quilombos, espaço de resistência e afirmação cultural. Durante este século, a dança afro-brasileira, como toda cultura, foi se recriando através do tempo. Hoje, se mantém com uma expressão de características próprias bem marcantes. As danças brasileiras, assim como a raça brasileira, provém das mesmas matrizes: europeia, africana e influências indígenas. Em algumas danças e manifestações folclóricas, já não se percebe mais as suas origens étnicas, criando danças ricas e exclusivamente originadas no Brasil. Podem ser consideradas danças afro-brasileiras várias manifestações da nossa cultura popular: afoxé, samba de roda, dança do maculelê, reggae, samba-reggae, danças rituais e até mesmo o recente axé baiano. Também se destaca a dança afro-brasileira propriamente dita, criada a partir do cotidiano do negro africano. Representam momentos da vida diária da tribo africana - como a colheita, o corte da cana, a preparação da farinha, a caça ou a pesca - ou ritos e tradições, como a chegada de um rei, a coroação ou a morte. Agilidade e soltura de cabeça, ombros, braços, tronco e quadril são pontos em comum dos movimentos, que variam entre intensa energia, lentidão e sensualidade. Os joelhos flexionados e os pés marcando fortemente o ritmo mostram a ligação com a terra.

Algumas danças afro-brasileiras

Tambor de Crioula

A dança não requer ensaios. Originalmente não exigia um tipo de indumentária fixa, mas nos dias atuais a dança pode ser vista com as brincantes vestidas em saias rodadas com estampas em cores vivas, anáguas largas com renda na borda e blusas rendadas e decotadas brancas ou de cor. Os adornos de flores, colares, pulseiras e torços coloridos na cabeça terminam de compor a caracterização da dançante. Os homens trajam calça escura e camisa estampada.
A animação é feita com o canto puxado pelos homens com o acompanhamento das mulheres. Um brincante puxa a toada de levantamento que pode ser uma toada já existente ou improvisada. Em seguida, o coro, integrado pelos instrumentistas e pelas mulheres, acompanha, passando esse canto a compor o refrão para os improvisos que se sucederão. Os temas, puxados livremente em toadas, podem ser classificados como de auto apresentação, louvação aos santos protetores, sátiras, homenagem às mulheres, desafio de cantadores, fatos do cotidiano e despedida.
O tambor de crioula é uma dança afro-brasileira encontrada no Estado do Maranhão e praticada sobre tudo por descendentes de africanos. A principal característica coreográfica da dança é a formação de um círculo com solistas dançando alternadamente no centro. Um de seus traços distintivos é a Punga ou Pungada, (a umbigada).
A música que acompanha a dança é tocada por três tambores de madeira com couro preso por cravelhas em uma das extremidades e fixada por fricção. Os tambores são afunilados e escavados. Atualmente utilizam-se também tambores de cano plástico PVC.

Maracatu

O Maracatu Nação é uma manifestação da cultura popular brasileira, afrodescendente e de cunho religioso. Surgiu durante o período escravocrata, provavelmente entre os séculos XVII e XVIII, onde hoje é o Estado de Pernambuco, principalmente nas cidades de Recife, Olinda e Igarassu. Como a maioria das manifestações populares do país é uma mistura de culturas ameríndias, africanas e europeias.
Apesar de existirem muitas visões, histórias e hipótese diferentes, a explicação mais difundida entre os estudiosos a cerca da origem do Maracatu Nação é a de que ele teria surgido a partir das coroações e autos do Rei do Congo, prática implantada no Brasil supostamente pelos colonizadores portugueses e por consequência permitida pelos senhores de escravos.
Os eleitos como Rainhas e Reis do Congo eram lideranças políticas entre os cativos, intermediários entre o poder do Estado Colonial e as mulheres e homens de origem africana. Destas organizações teriam surgido muitas manifestações culturais populares que passaram a realizar encontros e rituais em torno dessas representações sociais, dando origem ao Maracatu de Baque Virado.
Com a abolição da escravatura no Brasil, no fim do século XVIII, o Maracatu passa gradualmente a ser caracterizado como um fenômeno típico dos carnavais recifenses, como ocorreu com o Frevo e outras práticas populares tipicamente brasileiras, tendo em diversos “agrupamentos” uma forte ligação com a religiosidade do Candomblé ou Xangô Pernambucano.
Atualmente existem grupos percussivos que trabalham com elementos da Cultura do Maracatu Nação em quase todos os estados brasileiros e em diversos países como Canadá, Inglaterra, França, Estados Unidos da América, Japão, Escócia, Alemanha, Espanha, entre outros.

Capoeira

 Desenvolvida no Brasil principalmente por descendentes de escravos africanos com alguma influência indígena, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo ou aéreas.
Uma característica que distingue a capoeira da maioria das outras artes marciais é a sua musicalidade associada a dança. Praticantes desta arte marcial brasileira aprendem não apenas a lutar e a jogar, mas também a tocar os instrumentos típicos e a cantar. Um capoeirista experiente que ignora a musicalidade é considerado incompleto
A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia. O estilo regional caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.

Maculelê

Maculelê é um tipo de dança folclórica brasileira de origem afro-brasileira e indígena.
O maculelê em sua origem era uma arte marcial armada, mas atualmente é uma forma de dança que simula uma luta tribal usando como arma dois bastões, chamados de grimas (esgrimas), com os quais os participantes desferem e aparam golpes no ritmo da música. Num grau maior de dificuldade e ousadia, pode-se dançar com facões em lugar de bastões, o que dá um bonito efeito visual pelas faíscas que saem após cada golpe. Esta dança é muito associada a outras manifestações culturais brasileiras como a Capoeira e o frevo.

Samba de roda

Samba de roda é uma variante musical mais tradicional do samba, originário do estado brasileiro da Bahia, provavelmente no século XIX.
O estilo musical tradicional afro-brasileiro é associado a uma dança, que por sua vez está associada à capoeira. É tocado por um conjunto de pandeiro, atabaque, berimbau, viola e chocalho, acompanhado principalmente por canto e palmas.

Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maculel%C3%AA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Samba_de_roda
http://www.iecbr.com.br/redes-ler.asp?id=104
http://contatocultural.blogspot.com.br/2010_05_01_archive.html
http://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historia_da_capoeira.htm

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Fotografia: Orientações e Sugestões de Atividade Para a Sada de Aula


 O olho mecânico das câmeras fotográficas está sendo substituído num processo rápido e implacável nos últimos anos pelos dispositivos eletrônicos das máquinas digitais.
Adicione-se a isso o fato de que também os telefones celulares, de grande popularização na última década pelo mundo afora. Segundo pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a quantidade de estudantes que portam aparelhos celulares chega a atingir a média de 36%, sendo que nas regiões metropolitanas esse número é ainda maior. Sendo assim, ao invés de proibir o uso dos aparelhos, porque não criar um projeto de trabalho que vise o aproveitamento de recursos tecnológicos, através das fotografias? Sem sombra de dúvida, essa atividade proporcionará grande entusiasmo nos alunos e as aulas se tornarão muito mais atrativas
Se em sua escola ainda não estão disponíveis as máquinas fotográficas digitais, não deixe de realizar projetos com fotos. Utilize as boas e confiáveis máquinas de filmes em rolo que os resultados podem ser tão bons ou até mesmo melhores do que se forem realizados com as digitais. Há também a possibilidade dos alunos trabalharem com as máquinas fotográficas de suas famílias ou deles mesmos. O importante é perceber que os alunos podem ser instados a realizar ótimas produções tendo por base o trabalho com imagens fotográficas que tenham sido produzidas por eles mesmos.

Apresentamos a seguir algumas orientações e sugestões de atividades que podem nortear o educador ao planejar e executar um bom trabalho em sala de aula.
Para que os trabalhos sejam bem-sucedidos é de primordial importância que informações de caráter técnico relativas ao uso das câmeras, dados sobre o manuseio, orientações sobre luz/foco/sombra/cores e também aulas sobre estética, arte e criatividade sejam dadas aos alunos para que fique mais clara e elaborada a produção com esses equipamentos. Se possível procure o apoio de profissionais e especialistas que se disponham a realizar cursos rápidos entre os professores da escola. Os educadores irão então se apropriar de conhecimentos na área e os adequarão aos estudantes com os quais trabalham.
O primeiro passo é conversar sobre a ideia de se trabalhar com o uso de máquinas digitais e celulares, exclusivamente para fotografias, propondo pesquisas sobre o tema.

1 - Ao início podem discutir sobre a história da fotografia e do cinema mudo, criando momentos em que a turma assista a um filme antigo, como os de Charlie Chaplin. Cabe, após esse momento, a análise de fotos em preto e branco, comparando-as às coloridas.

2- Sempre que for trabalhar com fotografias procure definir temas orientadores da ação de nossos estudantes-fotógrafos. O direcionamento do olhar tem que ser feito de acordo com os temas que estão sendo trabalhados em sala de aula, como reforço e contraponto aos conteúdos, leituras, filmes e aulas expositivas realizadas. Se o seu público for composto pelos alunos da educação infantil o trabalho pode, por exemplo, ter como foco a família, o ambiente em que a criança vive, as brincadeiras e os brinquedos de seu cotidiano, animais de estimação, o bairro em que está estabelecida a escola, uma visita ao mercado municipal ou a feira,...

3- As câmeras digitais permitem que uma boa quantidade de fotos seja tirada se estiverem disponíveis alguns chips de armazenamento.

4- Todas as imagens obtidas devem, num segundo momento, passar por um processo seletivo para que apenas as melhores venham a ser aproveitadas nos projetos. Se essas imagens forem digitais, elas podem ser utilizadas em apresentações de PowerPoint ou impressas (algumas delas para não encarecer os projetos).

5- A estruturação de exposições através de PowerPoint (nos computadores ou em telas) ou painéis (com a produção de cadernos/catálogos com imagens obtidas por todos os estudantes) deve sempre ser acompanhado de diários de bordo, que permitam aos alunos expressar por escrito como foi tal experiência, porque foi realizado, o que foi aprendido, o que acharam de tal projeto,...

6- As imagens obtidas devem ser acompanhadas de legendas explicativas que contenham paralelos entre o que pode ser observado na foto e os conteúdos que estão sendo trabalhados em sala de aula.

7- Apresentações de trabalhos fotográficos feitos pelos estudantes devem ser abertas a toda a comunidade. Inicialmente podem ser feitas no âmbito escolar para que os outros alunos conheçam a produção e também para que os pais, parentes e amigos conheçam os projetos.

8- Caso as fotos tenham sido obtidas a partir de câmeras digitais, o trabalho em questão pode gerar a produção de um fotoblog. Essa possibilidade iria permitir que pessoas de diferentes municípios, estados ou mesmo países pudessem conhecer um pouco da cultura, dos hábitos e do cotidiano de nosso país.

9- O trabalho com fotografias poderia também ser utilizado sempre que a escola programasse visitas e excursões. Nesse sentido as fotos serviriam para documentar e auxiliar no relato dessas atividades, especialmente no caso daquelas que tivessem um claro cunho cultural ou educacional.

10- Projetos mais amplos relacionados a fotografia poderiam redundar na criação de registros das atividades gerais promovidas pelas escolas ao longo de todo o ano escolar e promover o surgimento de livros que contassem a história da escola; outra alternativa de ampliação do uso das fotos nas escolas seria a estruturação e o surgimento dos jornais de estudantes coordenados com o apoio dos professores.

Em suma, há muitas ideias passíveis de realização nas escolas relativamente a utilização da fotografia. A principal meta deve ser estimular um olhar mais curioso, crítico, engajado e sensível quanto ao mundo que nos cerca. Somos dotados de visão e muitas vezes parecem que não conseguimos visualizar nem mesmo o que está diante de nossos próprios olhos. Quem sabe com o auxílio das câmeras fotográficas possamos realmente ampliar a nossa capacidade de perceber tudo aquilo que está ao nosso redor e nos articular mais efetivamente pelo mundo em que vivemos ao mesmo tempo em que mobilizamos os nossos estudantes.

Outras sugestões de atividades.
·         Cada aluno deverá pesquisar e montar uma linha do tempo sobre a história de sua família, adaptando cada foto a um texto explicativo da mesma. Depois de coletado o material, deverão organizar de forma apropriada, apresentando-o como trabalho individual.
·         Proponha aos alunos que estudem a história e os princípios da boa fotografia e coloque a turma para retratar cenas do cotidiano e organizar uma exposição de imagens na escola.
·         Divida a turma em várias equipes e para cada equipe der um tema que deverá ser retratado por eles e apresentado para a turma em forma de exposição.
·         São várias a possibilidade de trabalhar fotografia a partir de temas.
Da minha casa à escola: o aluno fará uma sequencia de fotos tirada por ele durante o  percurso da sua casa até a escola. O trabalho deverá ser apresentado juntamente com um texto que fale onde aquelas fotos foram tiradas e o porquê da escolha delas.
Pessoas de comunidade: uma exposição de fotos de pessoas da comunidade em que o aluno mora ou mesmo da comunidade próxima a escola.

Outras sugestões de temas:
            Paisagens naturais, paisagem urbana, curiosidades, flores, amimais, descaso social, cotidiano, profissionais...

HABILIDADES
•Conhecer os princípios básicos de composição visual e aplicá-los à fotografia.
•Reconhecer a importância dos fundamentos da linguagem visual para a realização de obras visuais.
•Reconhecer e valorizar a importância da fotografia como linguagem documental e artística.
CONTEÚDOS
•Princípios básicos de composição aplicados à fotografia.
•Regra dos terços.
•Fotografia.

Apresentação dos trabalhos finais

Esta será a aula da apresentação dos trabalhos e aqui vocês poderão mais uma vez retomar as discussões em torno das fotografias tomadas, buscando aquelas que melhor solucionaram questões como o enquadramento, a luz, as texturas e as cores. Vocês poderão, ainda, elaborar um projeto de exposição e apresentar à escola os trabalhos desenvolvidos nas aulas.
Vá além:
1) Os trabalhos finais poderão ser apresentados sob a forma de scrapbooks (os álbuns que associam fotos, textos e outros materiais relacionados ao tema abordado) construídos pelos alunos.
2) Vocês também poderão realizar esse exercício em mídia digital, ampliável, gerando um mapa de relacionamentos como os que aparecem nas redes sociais mais comuns da internet, como o Orkut ou o Facebook, por exemplo.

AVALIAÇÃO
Observe se os alunos compreenderam as principais ideias trabalhadas nas aulas: os princípios básicos de composição visual aplicados à fotografia; a importância dos fundamentos da linguagem visual para a produção de boas fotos; bem como as diferentes funções da linguagem fotográfica. Durante os trabalhos práticos, verifique se os alunos sabem aplicar os conceitos de assimetria e simetria e de enquadramento, se fazem bom uso da luz disponível nos locais fotografados, como eles trabalham a noção de profundidade e como interpretam os trabalhos dos colegas.



Fonte:
Consultoria Maria José SpiteriTavolar Passos, Doutoranda e Mestre em Artes pela UNESP - SP, professora de Estética e História da Arte e Linguagem Visual na Universidade Cruzeiro do Sul e Escultura na Universidade São Judas Tadeu.
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=680
http://educador.brasilescola.com/orientacoes/%20.htm