A origem do teatro pode ser remontada
desde as primeiras sociedades primitivas, em que acreditava-se no uso de danças
imitativas como propiciadores de poderes sobrenaturais que controlavam todos os
fatos necessários à sobrevivência (fertilidade da terra, casa, sucesso nas
batalhas etc), ainda possuindo também caráter de exorcização dos maus
espíritos. Portanto, o teatro em suas origens possuía um caráter ritualístico.
Com o desenvolvimento do domínio e
conhecimento do homem em relação aos fenômenos naturais, o teatro vai deixando
suas características ritualistas, dando lugar às características mais
educacionais. Ainda num estágio de maior desenvolvimento, o teatro passou a ser
o lugar de representação de lendas relacionadas aos deuses e heróis.
O teatro ocidental tem sua origem no
teatro grego que surgiu através dos ritos em honra de Dionísio, o Deus do
Vinho. Nas festas, Dionísio era personificado na forma de um bode, os gregos se
fantasiavam com roupas de pele de cabra e folhas de parreira na cabeça, e
andavam pelos campos em procissões e cânticos em honra de Dionísio. Nos ritos
que eram realizados na cidade, usavam-se ricas indumentárias e as procissões
tinham uma característica mais séria.
A origem do nome Tragédia vem desses
ritos: a palavra tragédia vem da palavra grega “tragóide”, que significa o
canto do bode. Nos primeiros tempos o elemento dominante ainda era o canto e a
dança do coro.
A Música era considerada “o mais
importante dos ornatos da tragédia”. O canto (melopéia / melopolia) está na
raiz da tragédia, que surgiu dos ritos que simbolizavam a morte e o
renascimento do deus Dionísio. O canto coral (Ditirambo), a dança e a poesia
representada formaram a tragédia já com a forma que conhecemos hoje.
Na Grécia antiga, os festivais anuais
em honra ao deus Dionísio (Baco, para os latinos) compreendiam, entre seus
eventos, a representação de tragédias e comédias. As primeiras formas
dramáticas na Grécia surgiram neste contexto, inicialmente com as canções
dionisíacas (ditirambos).
Surgiu também a peça satírica: o
conservador Aristófanes cria um gênero sem paralelo no teatro moderno, pois a
comédia aristofânica mesclava a paródia mitológica com a sátira política. Todos
os papéis eram representados por homens, pois não era permitida a participação
de mulheres.
Os escritores participavam, muitas
vezes, tanto das atuações como dos ensaios e da idealização das coreografias. O
espaço utilizado para as encenações, em Atenas, era apenas um grande círculo.
Com o passar do tempo, grandes inovações foram sendo adicionadas ao teatro
grego, como a profissionalização, a estrutura dos espaços cênicos (surgimento
do palco elevado) etc. Os escritores dos textos dramáticos cuidavam de
praticamente todos os estágios das produções.
Nesse mesmo período, os romanos já
possuíam seu teatro, grandemente influenciado pelo teatro grego, do qual tirou
todos os modelos. Nomes importantes do teatro romano foram Plauto e Terêncio.
Roma não possuiu um teatro permanente até o ano de 55 a.C., mas segundo é dito,
enormes tendas eram erguidas, com capacidade para abrigarem cerca de 40.000
espectadores.
Apesar de ter sido totalmente baseado
nos moldes gregos, o teatro romano criou suas próprias inovações, com a
pantomima, em que apenas um ator representava todos os papéis, com a utilização
de máscara para cada personagem interpretado, sendo o ator acompanhado por
músicos e por coro.
Com o advento do Cristianismo, o
teatro não encontrou apoio de patrocinadores, sendo considerado pagão. Desta
forma, as representações teatrais foram totalmente extintas.
O renascimento do teatro se deu, paradoxalmente, através da própria igreja, na Era Medieval. O renascimento do teatro se deveu à representação da história da ressurreição de Cristo. A partir deste momento, o teatro era utilizado como veículo de propagação de conteúdos bíblicos, tendo sido representados por membros da igreja (padres e monges). O teatro medieval religioso entrou em franco declínio a partir de meados do século XVI.
O renascimento do teatro se deu, paradoxalmente, através da própria igreja, na Era Medieval. O renascimento do teatro se deveu à representação da história da ressurreição de Cristo. A partir deste momento, o teatro era utilizado como veículo de propagação de conteúdos bíblicos, tendo sido representados por membros da igreja (padres e monges). O teatro medieval religioso entrou em franco declínio a partir de meados do século XVI.
Desde o século XV, trupes teatrais
agregavam-se aos domínios de senhores nobres e reis, constituindo o chamado
teatro elisabetano. Os atores - ainda com a participação exclusiva de atores
homens - eram empregados pela nobreza e por membros da realeza. O próprio
Shakespeare, assim como o ator original de Otelo e Hamlet, Richard Burbage,
eram empregados pelo Lorde Chamberlain, e mais tarde foram empregados pelo
próprio rei.
Na Espanha, atores profissionais
trabalhavam por conta própria, sendo empresariados pelos chamados autores de
comédia. Anualmente, as companhias realizavam festivais religiosos, e sobretudo
no século XVII, as representações nas cortes espanholas encontravam-se
fortemente influenciadas pelas encenações italianas. Foi mais notadamente na
Itália que o teatro renascentista rompeu com as tradições do teatro medieval.
Houve uma verdadeira recriação das estruturas teatrais na Itália, através das
representações do chamado teatro humanista. Os atores italianos deste, basicamente,
eram amadores, embora já no século XVI tenha havido um intenso processo de
profissionalização dos atores, com o surgimento da chamada "Commedia
Dell'Arte", em que alguns tipos representados provinham da tradição do
antigo teatro romano: eram constantes as figuras do avarento e do fanfarrão.
Devido às muitas viagens que as
pequenas companhias de Commedia Dell'Arte empreendiam por toda a Europa, este
gênero teatral exerceu grande influência sobre o teatro realizado em outras
nações. Um dos aspectos marcantes nesse teatro foi a utilização de mulheres nas
representações, fato que passou a se estender para os outros países.
No século XVII, o teatro italiano
experimentou grandes evoluções cênicas, muito das quais já o teatro como
atualmente é estruturado. Muitos mecanismos foram adicionados à infra-estrutura
interna do palco, permitindo a mobilidade de cenários e, portanto, uma maior
versatilidade nas representações.
Foi a partir do século XVII que as
mulheres passaram a fazer parte das atuações teatrais na Inglaterra a na
França. Na Inglaterra, os papéis femininos eram antes representados por jovens
atores aprendizes.
Ao cabo do século XVIII, as mudanças
na estrutura dramática das peças foram reflexos de acontecimentos históricos
como a Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Surgiram formas como o
melodrama, que atendia ao gosto do grande público. Muitos teatros surgiram
juntamente com esse grande público.
No século XIX as inovações cênicas e
infra-estruturais do teatro tiveram prosseguimento. O teatro Booth de Nova York
já utilizava os recursos do elevador hidráulico. Os recursos de iluminação
também passaram por muitas inovações e experimentações, com o advento da luz a
gás. Em 1881, o Savoy Theatre de Londres foi o primeiro a utilizar iluminação
elétrica.
Os cenários, assim como o figurino,
procuravam reproduzir situações históricas com um realismo bastante apurado. As
sessões teatrais, em que outrora encenavam-se várias peças novas ou antigas,
foram passando a ser utilizadas apenas para a encenação de uma peça. Todas as
inovações pelas quais o teatro foi passando exigiram o surgimento da figura do
diretor, que trata de todos os estágios artísticos de uma produção.
Ao final do século XIX uma série de
autores passaram a assumir uma postura de criação bastante diversa da de seus predecessores
românticos, visando a arte como veiculo de denúncia da realidade. Escritores
como Henrik Ibsen e Emile Zola foram partidários dessa nova tendência, cada
qual com sua visão particular.
O teatro do século XX caracteriza-se
pelo ecletismo e pela grande quebra de antigas tradições. O "design"
cênico, a direção teatral, a infra-estrutura e os estilos de interpretação não
se vincularam a um único padrão predominante. Entretanto, pode-se dizer que as
idéias de Bertolt Brecht foram as que mais influenciaram o teatro
moderno. Segundo dizia Brecht, o ator deve manter-se consciente do fato que
está atuando e que jamais pode emprestar sua personalidade ao personagem
interpretado. A peça em si, por sua vez, assim como a mensagem social nela
contida, deveria ser o supremo objeto de interesse. Para tanto, os espectadores
deveriam ser constantemente lembrados que estão vendo uma peça teatral e que,
portanto, não identifiquem os personagens como figuras da vida real, pois neste
caso a emoção do espectador obscureceria seu senso crítico.
Dado o seu temor no caso dos atores
mostrarem-se incapazes de desempenhar os papéis com tanta imparcialidade,
Brecht utilizou vários recursos que libertariam as encenações de quaisquer
ilusões de realidade que poderiam ser criadas nas mentes dos espectadores. A
cenografia se dirigia a muitos efeitos não-realísticos, assim como as próprias
atividades de mudança de palco podiam ser vistas pelo público. No teatro
contemporâneo tanto as tradições realistas como o não realistas convivem
simultaneamente.
No Brasil, o teatro tem sua origem com
as representações de catequização dos índios. As peças eram escritas com
intenções didáticas, procurando sempre encontrar meios de traduzir a crença
cristã para a cultura indígena. Uma origem do teatro no Brasil se deveu à
Companhia de Jesus, ordem que se encarregou da expansão da crença pelos países
colonizados. Os autores do teatro nesse período foram o Padre José de Anchieta
e o Padre Antônio Vieira. As representações eram realizadas com grande carga
dramática e com alguns efeitos cênicos, para a maior efetividade da lição de
religiosidade que as representações cênicas procuravam inculcar nas mentes aborígines.
O teatro no Brasil, neste período, estava sob grande influência do barroco
europeu.
O
TEATRO HOJE
Dá para perceber que, com tantas
influências, o teatro de hoje é uma arte muito rica, muito misturada. Existe a
ópera, o teatro de bonecos, o teatro-dança, os musicais, o teatro de rua, o
teatro feito em espaços alternativos (como hospitais, presídios), enfim, uma
mistura daquelas!
Quando apareceu o cinema, há mais de
cem anos, muita gente previu o fim do teatro. Falavam que o cinema iria
substituí-lo, porque podia criar histórias com muito mais semelhança com a
realidade. Mas isso não aconteceu.
Quem pensava assim não percebeu que o
grande barato do teatro é o fato de ele ser uma obra de arte viva, ou seja,
depende da presença de quem atua e de quem assiste. O teatro é fascinante, pois
é um jogo da imaginação. Todo mundo está cansado de saber que aquele cenário lá
no fundo não é uma floresta... e daí? Naquele momento e naquele lugar, ele vai
ser uma floresta para aquelas pessoas que estão participando. Quando a gente
vai ao teatro, não quer ver a cena "certinha" e que nunca muda. A
gente quer ver o improviso, o novo, o diferente que vive nos atores e nos olhos
de cada platéia.
Fonte:
http://liriah.teatro.vilabol.uol.com.br/historia/aorigemeevolucaodoteatro.htm
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-teatro/historia-do-teatro
http://casaxv.blogspot.com/2009/08/antiguidade-classica.html
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