sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Cinema: oficina Tela Brasil em Açailândia

Em 2007, foram criadas as Oficinas Itinerantes de Vídeo Tela Brasil, com o objetivo de levar educação audiovisual aos jovens de comunidades do país, gratuitamente. As oficinas oferecem conteúdos, equipamentos e prática de realização cinematográfica, abrangendo todo o processo de criação de um filme: roteiro, direção, produção, fotografia, arte, som e montagem.
Em cada oficina, são produzidos três curtas-metragens. No último dia do curso, os vídeos são exibidos em uma sessão especial para a comunidade e familiares.
Por onde passa, a Oficina Tela Brasil quer deixar belos curtas-metragens. Curtas que dialoguem com a comunidade, que tenham sucesso na exibição e, quem sabe, sigam carreira por festivais de cinema. Mas, na verdade, a produção desses filmes serve de pretexto para estimular atitudes curiosas e científicas dos alunos perante o mundo.

Em Açailândia - MA, foi produzido curtas que já estão disponíveis no youtube.

Assista!

  •             Em busca do descanso eterno.
  •             E agora, pai Chico.
  •           Quero, posso.

Em busca do descanso eterno

 
 
 
 
Fonte:
http://www.telabr.com.br/

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Cinema brasileiro - Linha do Tempo


 886  - O cinema chega ao Brasil. Acontece a primeira exibção cinematográfica
1897  - Aberta a primeira sala de cinema regular no Brasil, pelo imigrante italiano Paschoal Segreto
1898  - Primeiras filmagens em solo brasileiro, da baía de Guanabara
1899  - Primeiras filmagens  feitas em São Paulo
1900 - Aberta a primeira sala de cinema em São Paulo, pelo italiano Vitor di Maio
1907 - Inaugurada a usina de fornecimento de energia, surgindo o apogeu da produção cinematográfica, conhecido como "Bela Época"
1908 - É produzido o primeiro filme de ficção brasileiro, "Os Estrangualdores"
1910 - A cinematografia é paralisada com a crise da primeira guerra mundial
1911 - Chega ao Brasil o cinema americano, dominando o mercado.
1917 - Surge a primeira animação brasileira, O Kaiser, feito pelo desenhista Seth.
1920 - Surgem as primeiras publicações especializadas em cobrir as produções de Hollywood, a Para Todos, a Selecta e a Cinearte.
1921 - O Brasil é o quarto maior importador de filmes americanos. Noite de São João, de Francisco de Almeida Fleming, apresenta um processo de colorização manual.
1922 - No Paíz das Amazonas, de Silvino Santos, é apresentado em Paris e Londres e fica por cinco meses em cartaz, no Rio de Janeiro.
1925 - Francisco Serrador inaugura, na Cinelândia (Rio de Janeiro), a primeira sala de cinema de luxo. Humberto Mauro cria a produtora Phebo Sul América Film, em Cataguases (MG).
1929 - Mulher, de Adhemar Gonzaga, tem cenas gravadas por Eva Schonoor e Carlos Modesto, nos estúdios da United Artists, em Hollywood. Acabaram-se os Otários, de Luiz de Barros, com música de Paraguaçu, é o primeiro filme sonoro brasileiro, assistido por 35 mil pessoas na semana de estréia.
1930 - Os Estados Unidos ficam isentos de taxas alfandegárias, o que levou ao enfraquecimento do cinema nacional.
1931 - Limite, de Mario Peixoto, torna-se o mais importante filme mudo brasileiro. A obra de 110 minutos tem imagens poéticas e intimistas, além de fusões, cortes e ângulos audaciosos.
1932 - Decretada lei que obriga a exibição de cines-jornal brasileiros durante as sessões de cinema.
1933 - Carmem Miranda faz sua estréia em cinema, em A Voz do Carnaval, de Ademar Gonzaga e Humberto Mauro. Humberto Mauro dirige Ganga Bruta, seu mais importante filme.
1934 - Carmem Santos monta a produtora Brasil-Vita Filme.
1936 -  Roquete Pinto cria o Instituto Nacional do Cinema Educativo, onde Humberto Mauro produz centenas de documentários.
1939 - Decretada uma lei que impõe às salas de cinema uma cota mínima de exibição para filmes brasileiros.
1940 - Carmem Miranda faz sua primeira atuação em Hollywood, no filme Serenata Tropical, de Irving Cummings.
1941 - É criada a Atlântida, que produz filmes de baixo orçamento e se associa ao exibidor Luís Severiano Ribeiro para garantir espaço nas telas para o cinema brasileiro.
1944 - Tristezas Não Pagam Dívidas, de Ruy Costa e José Carlos Burle, inaugura o gênero da Chanchada.
1949 - É criada a Vera Cruz, estúdio nos moldes do cinema americano. Um marco na industrialização da cinematografia nacional.
1950 - Inaugurada a primeira emissora de televisão do Brasil, a TV Tupi.
1952 - Tico-Tico no Fubá, de Adolfo Celi, tem lançamento simultâneo em 22 salas.
1953 - O Cangaceiro, de Lima Barreto, ganha o Festival de Cannes e torna-se o primeiro filme brasileiro a ter sucesso internacional.Destino em Apuros, de Ernesto Remani, é o primeiro filme nacional em cores.
1955 - Rio 40 graus, de Nelson Pereira dos Santos, marca o início da corrente do Cinema Novo.
1956 - É criada a Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
1957 - Um incêndio destrói 1/3 do acervo da Cinemateca Brasileira.
1959 - O filme francês Orfeu Negro, de Marcel Camus, inspirado no musical Orfeu da Conceição, de Vinícius de Morais e Tom Jobim, ganha a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro nos EUA.
1962  - O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte, é premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes.
1963 - criado, em São Paulo, o "Sindcine" (Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Cinematográfica).
1964 - "Deus e o Diabo na Terra do Sol" é o mais importante filme de Glauber Rocha e do Cinema Novo.
1965 - São Paulo S.A., de Luís Sérgio Person, faz crítica à crescente sociedade industrial paulistana.
1966 - Criado o curso de Cinema e Vídeo da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).
1967 -  Surge o Festival de Cinema de Brasília.
1968 - "O bandido da luz vermelha" de Rogério Sganzerla, segue a estética underground do Cinema Marginal.
1969 - "Matou a famíília e foi ao cinema", de Júlio Bressane, dá continuidade à estética marginal.
1969 - O governo militar brasileiro cria a Embrafilme, empresa estatal, para promover e controlar a indústria cinematográfica.
1970 - Sob controle do governo, a Embrafilme garante espaço para os filmes nacionais, em meio ao domínio dos filmes estrangeiros, com financiamento público e salas de exibição garantidas em lei.Em São Paulo, o movimento da Boca do Lixo produz filmes de baixo orçamento, com forte apelo erótico, conhecidos por Pornochanchadas.Outro grande fenômeno popular são as comédias de Os Trapalhões, que atraem milhões de espectadores, com mais de uma dezena de filmes.
1973 - Surge o Festival de Cinema de Gramado.
1974 - O road-movie "Iracema, uma transa amazônica" , de Jorge Bodanzky, cria um novo tipo de filme que mistura documentário e ficção, e que futuramente influenciará filmes como Cidade de Deus, de Fernando Meirelles.
1976 - Com mais de 10 milhões de espectadores, "Dona Flor e Seus Dois Maridos", de Bruno Barreto, torna-se a maior bilheteria da história do cinema brasileiro.
1978 - Os filmes nacionais atraem 30% do público que freqüenta salas de cinemas no país.
1980 - O governo militar chega ao fim, sob forte recessão econômica, e o cinema enfrenta grave crise. Os exibidores rebelam-se contra a obrigatoriedade de exibir títulos nacionais e, sem verbas, a Embrafilme deixa de financiar a produção, que decai vertiginosamente.No final da década, a lei de incentivo do Prêmio Estímulo e a obrigatoriedade de exibição de curtas nos cinemas promoveram um surto produtivo de curtas em todo o país, com destaque para os núcleos paulista, carioca e gaúcho
1980 - A produção cinematográfica brasileira ultrapassa a marca de 100 filmes no ano.
1981 - Morre o cineasta Glauber Rocha.
1984 - Bete Balanço, de Lael Rodrigues, retrata o cenário do rock nacional, com trilha de Cazuza e participação de Barão Vermelho, Titãs e Lobão.
1985 - O cinema acompanha a crise financeira do país. As 1.400 salas que resistem recebem 90 milhões de espectadores, 1/3 do público da década anterior.
1987 - Criada a Casa de Cinema de Porto Alegre, com a união de 11 realizadores gaúchos.
1989 - O curta "Ilha das Flores" , de Jorge Furtado, vence o Festival de Berlim na categoria e é eleito pela crítica européia um dos 100 mais importantes curtas-metragens do século XX.
1990 - O governo Collor extingue a Embrafilme. É criado o Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo.
1992 - O 25º Festival de Brasília é adiado por causa da falta de filmes concorrentes.
1994 - Carlota Joaquina, de Carla Camurati, é o primeiro filme realizado pela Lei do Audiovisual.
1995 - O Quatrilho, de Fábio Barreto, é indicado ao Oscar e é destaque nos Festivais de Havana e Viña Del Mar.
1996 - O projeto Cine Mambembe (atual Cine Tela Brasil) cai na estrada e percorre todo o país, exibindo filmes brasileiros em praças públicas e escolas. Criado o "Festival É tudo Verdade" , principal evento na América do Sul dedicado exclusivamente à cultura do documentário.
1997 - Chega ao Brasil a rede Cinemark, a primeira a instalar o conceito de salas multiplex "O que é isso companheiro?", de Bruno Barreto, é indicado ao Oscar.
1998 - "Central do Brasil", de Walter Salles, ganha o Festival de Berlim, e Fernanda Montenegro é indicada ao Oscar de melhor atriz.
2001 - Xuxa e os Duendes, de Paulo Sérgio de Almeida e Rogério Gomes, é o primeiro longa-metragem digital brasileiro.
2002 - É criada a Academia Brasileira de Cinema, instituição que reúne realizadores, distribuidores, produtores, exibidores, técnicos, atores e demais profissionais do cinema e do audiovisual. "Cidade de Deus" , de Fernando Meirelles, participa do Festival de Cannes e é distribuído para 62 países.
2003 - "Carandiru" , de Hector Babenco, participa do Festival de Cannes e ganha prêmio no Festival de Havana.
2006 - Existem 127 salas de projeção digital no Brasil, num total de 2.095 salas de cinema espalhadas pelo país.
2008 - "Tropa de Elite" , de José Padilha, vence o Festival de Berlim.
2009 - Se eu fosse você 2, Daniel Filho
2010 - “Tropa de Elite 2”. dirigido por José Padilha e estrelado por Wagner Moura.
1011 - “ Qualquer gato vira-lata, O homem do futuro, Assalto ao Banco Central, O Palhaço.

 


 
Fonte:
http://ocinemabrasil.blogspot.com/2010/06/linha-do-tempo
http://www.telabr.com.br/timeline/brasil
www.filmesdecinema.com.br

História do cinema no Brasil

Do século XIX, quando os Irmãos Lumière criaram o primeiro cinematógrafo, até os dias de hoje, muita coisa mudou no mundo da sétima arte. E pra melhor, diga-se de passagem. O que era apenas uma experiência científica derivada da fotografia se transformou em um dos negócios mais lucrativos da indústria do entretenimento.

O cinema no Brasil

Sete meses se passaram da primeira projeção de cinema em Paris, para que o cinematógrafo dos irmãos Lumière atravessasse o Atlântico e desembarcasse na capital brasileira, Rio de Janeiro.
Em 8 de julho de 1896 foi exibida a primeira sessão pública cinematográfica utilizando um aparelho chamado Omniographo (projetor de imagens animadas através de uma série de fotografias).
Com o sucesso do evento, o empresário do entretenimento Pascoal Segreto inaugura a primeira sala fixa de exibições em 1897.
Em junho de 1898, Afonso Segreto (irmão de Pascoal) em sua chegada da Europa, registra com uma câmera Lumièr algumas imagens da Baía de Guanabara.
Nasce assim o cinema brasileiro.
A partir daí os irmãos Segreto passam a filmar imagens dos acontecimentos cívicos, e os personagens no poder, como por exemplo o então presidente Prudente de Morais.
Cerimônias, festas públicas, acontecimentos importantes e aspectos da cidade são filmados pelos irmãos num momento crucial de transformações, tornando-os praticamente os únicos produtores de cinema do país até 1903.
Quase dois anos depois, em 13 de fevereiro de 1898, José Roberto de Cunha Sales (Médico e ex. sócio de Pascoal Segreto) realiza uma das primeiras exibições do cinematógrafo em São Paulo.
A primeira filmagem em terras paulistas, entretanto, foi feita por Afonso Segreto em 20 de setembro de 1899 em uma celebração da colônia de imigrantes italianos.
Depois destas filmagens, têm-se notícias de novas tomadas em São Paulo somente em 14 de janeiro de 1904, com vistas de fazendas de café, terreiros, gado e outros aspectos do interior do Estado.
O cinema se espalha por outras partes do Brasil, além do eixo Rio-São Paulo.
A futura “sétima arte” começa a dar seus primeiros passos em Aracaju em 1899, no Belém do Pará em 1909, com o espanhol Ramón de Baños dedicando-se à produção de documentários; em Manaus por volta de 1912, Porto Alegre com o alemão Eduardo Hirtz, pioneiro do cinema gaúcho que produziu uma série de documentários entre 1907 e 1915.
No estado do Paraná, ainda no final de 1907, Ammibal Rocha Requião realiza seu primeiro filme, registrando imagens de um desfile militar. A Bahia, entre os anos de 1909 e 1912,também contribuiu para o nascimento do cinema brasileiro.
            Outros Pioneiros: - Além dos Segretos, outros nomes merecem destaque na história do cinema brasileiro. São eles: os irmãos Labanca, Francisco Serrador; além dos primeiros operadores profissionais Júlio Ferrez, os irmãos Botelho e Paulo Benedetti.
            Os Labanca abrem uma sala fixa, o cinema Palace, para qual fazem filmagens em sociedade com o fotógrafo português Antônio Leal.
            Francisco Serrador começou como exibidor ambulante em 1904, em Curitiba, e criou um circuito de salas que existem até hoje. Serrador começou a rodar “os cantantes”, filmes contados através da  tela – pelos atores da película. Como por exemplo Paz e amor (1910), o mais importante desse gênero que prenunciava os carnavalescos da década de 20.
            Os operadores profissionais Júlio Ferraz, os irmãos Botelho e Paulo Benedetti realizaram reportagens importantes como: A revolta dos marinheiros (1910), Dois anos antes (1908) o cinema brasileiro começa a produzir ficções: Nerô a comédia Anastácio chegou de viagem e os estranguladores, que foi o primeiro sucesso cinematográfico do Brasil, com mais de 800 exibições no Rio de Janeiro.
            Os Estranguladores foi baseado num crime que abalou a sociedade carioca, e inaugurou a chamada “reportagem policial” que tomaria forma em 1962 com “Porto das Caixas” de P. C. Soroceni, e “O assalto ao trem pagador”, de R. Farias.
            Outro grande sucesso de exibições é o filme “cantante” Paz e amor (1910), feito por William Awer, que alcançou quase 1000 apresentações, retratando a vida política da república com ares de ridicularização e paródia.
O cinema brasileiro já caminha com passos mais seguros em 1910. Novos cinemas foram inaugurados no Rio de Janeiro. Nos primeiros filmes de ficção, os atores vêm do teatro, como por exemplo: João Barbosa, Adelaide Coutinho, Leopoldo Fróis, Abigail Maia, Antônio Serra, entre outros.
            Os estúdios cariocas já produzem em poucos anos mais de 100 filmes, e o produto brasileiro tem a preferência do público em detrimento dos similares estrangeiros.
            Mas em 1911 chega ao Brasil uma embaixada de capitalistas americanos interessados no mercado promissor brasileiro tanto para produção quanto para a exibição de filmes dos EUA.
            Em 29 de janeiro do mesmo ano é fundada a Companhia Cinematográfica Brasileira, com a gerência de Francisco Serrador, industriais e banqueiros ligados ao capital estrangeiro, o que resulta na compra de salas de cinema em todo o país, maior organização do mercado exibindo principalmente no que se refere às películas estrangeiras.
            A Cia. Decide praticamente só exibir filmes estrangeiros. O resultado é desastroso: a produção brasileira de filmes sofre uma grande queda. Atores, Atrizes, cinegrafistas, técnicos e fotógrafos perdem seus empregos.
            O cinema americano pouco a pouco assume a hegemonia.   As grandes produtoras estrangeiras montaram suas distribuidoras no país. Em 1924, mais de 80% dos filmes exibidos vinham dos EUA e a produção nacional não atingia os 2%, e por um bom tempo, o cinema brasileiro vai ficar escondido na sombra da produção cinematográfica dos EUA.      
            No período de 1950 a 1960, em São Paulo, paralelo à fundação do Teatro Brasileiro de Comédia e abertura do Museu de Arte Moderna, surge o estúdio da Vera Cruz que através de fortes investimentos e contratação de profissionais estrangeiros busca produzir no Brasil, uma linha de filmes sérios, industrial, com uma preocupação estético-cultural hollywoodiana e com a participação de grandes estrelas como Tônia Carreiro, Anselmo Duarte, Jardel Filho, entre outros. A Vera Cruz tinha uma produção cara e de qualidade, mas faltava-lhe uma distribuidora própria e salas para absorver a sua podução, uma de suas produções foi premiada em Cannes, o filme Cangaceiro, de Lima Barreto.
    Mazzaropi foi um dos grandes sucessos da Vera Cruz. Radialista e artista de circo, foi o responsável pela criação do matuto Jeca Tatu, baseado na obra de Monteiro Lobato. Sua caricatura do homem simples do interior porém esperto deu início a uma série de filmes como Sai da Frente” (1951), “Chico Fumaça” (1956) dentre outros, e fez tanto sucesso que abriu a Pam Filmes (Produções Amácio Mazzaropi), sua própria empresa, onde interpretou, dirigiu, produziu e distribuiu seus filmes.
A década de 60, o surgimento do “Cinema novo” trouxe status para o nosso cinema nacional, com filmes marcantes como “O Pagador de Promessas” de Anselmo Duarte, que foi premiado com a Palma de Ouro do Festival de Cannes. O grande lema era “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”, e lá vinham nossos cineastas mostrando nosso lado mais obscuro, como a pobreza e os problemas sociais que podem ser visto em filmes como “Deus e o Diabo na Terra do Sol” e “Terra em Transe”, de Glauber Rocha. Um dos grandes nomes deste período foi Nelson Pereira dos Santos. Outros filmes de destaque foram “Barravento”, “Os Cafajestes” (1961) e “Vidas Secas” (1964).
            Infelizmente com a chegada da década de 70 a crise nas artes atingiram o cinema, que já não podia abordar questões sociais e tão somente passou a registrar filmes de consumo fácil: as chamadas pornochanchadas. Larga escala de filmes pífios começaram a ser produzidos, e foi aí que surgiu a idéia de que filme nacional não valia o ingresso, que só começou a redesenhar-se com qualidade a partir de meados da década de 90, com o ressurgimento do nosso cinema.
Final de 1992, ainda no governo de Itamar Franco, o Ministro da Cultura Antonio Houaiss cria a Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual, que libera recursos para produção de filmes através do Prêmio Resgate do Cinema Brasileiro e passa a trabalhar na elaboração do que viria ser a Lei do Audiovisual, que entraria em vigor no governo de Fernando Henrique Cardoso.
A partir de 1995, começa-se a falar numa "retomada" do cinema brasileiro. Novos mecanismos de apoio à produção, baseados em incentivos fiscais e numa visão neoliberal de "cultura de mercado", conseguem efetivamente aumentar o número de filmes realizados e levar o cinema brasileiro de volta à cena mundial. O filme que inicia este período é Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (1995) de Carla Camurati, parcialmente financiado pelo Prêmio Resgate. No entanto, as dificuldades de penetração no seu próprio mercado continuam: a maioria dos filmes não encontra salas de exibição no país, e muitos são exibidos em condições precárias: salas inadequadas, utilização de datas desprezadas pelas distribuidoras estrangeiras, pouca divulgação na mídia local.
Em 1997, para alcançar o mercado cinematográfico, as Organizações Globo criaram sua própria produtora, a Globo Filmes, empresa especializada que veio a reposicionar o cinema brasileiro em, praticamente, todos os segmentos. Isto porque, em um curtíssimo tempo, a produtora Globo Filmes viria a se tornar um grande monopólio ocupante do mercado cinematográfico brasileiro. Entre 1998 e 2003, a empresa se envolveu de maneira direta em 24 produções cinematográficas, e a sua supremacia se cristalizaria definitivamente no último ano deste período, quando os filmes com a participação da empresa obtiveram mais de 90% da receita da bilheteria do cinema brasileiro e mais de 20% do mercado total.
Alguns filmes lançados na primeira década do novo século, com uma temática atual e novas estratégias de lançamento, como Cidade de Deus (2002) de Fernando Meirelles, Carandiru (2003) de Hector Babenco e Tropa de Elite (2007) de José Padilha, alcançam grande público no Brasil e perspectivas de carreira internacional.

Ainda há, até hoje, a dificuldade do filme brasileiro ser valorizado nas salas de exibição, tanto pelos donos das salas de exibição quanto pelo próprio público. Nosso cinema compete cada vez mais com o cinema estrangeiro e só em um espaço considerável, ainda por intervenção do Estado.



 
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinema_do_Brasil
http://www.cinemaclassico.com
http://paulo-v.sites.uol.com.br/cinema/primordios
http://www.infoescola.com/cinema/historia-do-cinema-brasileiro/
http://cafecomnoticias.blogspot.com
http://allycenourinha.blogspot.com

Pornochanchada (Cinema)

 
Pornochanchada é um gênero do cinema brasileiro, comum na década de 1970. Surgiu em São Paulo, e contou com uma produção bem numerosa e comercial. A mais conhecida produção era a da chamada boca do lixo, região de prostituição existente na zona central da cidade de São Paulo.
Dessa fonte despontaram vários diretores de talento que souberam usar o que dava bilheteria na época (filmes eróticos) para fazer filmes de grande valor estético e formal. Chamado assim por trazer alguns elementos dos filmes do gênero conhecido como chanchada e pela dose alta de erotismo que, em uma época de censura no Brasil, fazia com que fosse comparado ao gênero pornô, embora não houvesse, de fato, cenas de sexo explícito nos filmes.
A censura, que não era política, mas de costumes, exigia que os filmes cumprissem diversas exigências, sem as quais os mesmos seriam sumariamente proibidos (muitos foram liberados totalmente retalhados pelos cortes, o que os tornava incompreensíveis). Dentre essas exigências, havia várias como mostrar um seio de cada vez, etc. Com o tempo, essa e outras exigências foram amenizadas com a liberação dos costumes e a abertura política iniciada em 1977, até que com o fim da censura em 1984, o gênero foi substituído pelos filmes pornográficos exibidos em salas especiais.
O sucesso de público também foi essencial para o gênero pois possibilitou que os filmes ficassem por mais semanas em cartaz. Ao contrário do que comumente se pensa, eles não eram financiados pela Embrafilme mas sim por produtores independentes, comerciantes locais, ou quem mais se interessasse, porque eram de fato muito lucrativos.
Depois de popularizar atores e atrizes como: Matilde Mastrangi, Xuxa, David Cardoso, Nicole Puzzi, Aldine Muller, Sônia Braga, Nádia Lippi, Antonio Fagundes, Reginaldo Faria e Vera Fischer, o gênero iniciou sua decadência nos anos 80, com o fim da obrigatoriedade das cotas de exibição de fitas nacionais, o surgimento do videocassete e a exibição de filmes de sexo explícito nos cinemas. Apesar disso, os amantes do gênero ainda podem acompanhar algumas destas produções em um canal especializado em filmes nacionais.
Alguns dos filmes mais significativos da pornochanchada: “A Viúva Virgem” (1972), que foi considerado a primeira pornochanchada, “A Superfêmea” (1973), que lançou a então ex-Miss Brasil Vera Fischer ao cinema, “O Estripador de Mulheres” (1978), com Aldine Müller, “O Amante de Minha Mulher” (1979), com o David Cardoso, “Mulher Objeto” (1981), considerado o maior sucesso de Helena Ramos e o polêmico “Amor, Estranho Amor” (1982) que teve como principais protagonistas Vera Fischer, Matilde Mastrangi e Xuxa.









FONTE:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pornochanchada 
http://www.trash80s.com.br