sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Casa da Flor - Gabriel Joaquim dos Santos

Era um homem pobre, filho de uma índia e de um ex-escravo africano, trabalhador das salinas da região, e nunca freqüentou a escola. Entre os anos de 1912 e 1985, construiu uma casa que é considerada um símbolo da arquitetura espontânea, a Casa da Flor, na cidade de São Pedro da Aldeia, RJ. Utilizou em sua construção materiais recolhidos no lixo e refugos de construções, que cuidadosamente acrescentava à sua obra espontânea.
Iniciou a construção da casa em 1912, e em 1923, sonhou com a imagem de um enfeite em sua casa. Começou aí uma tarefa que realizaria até morrer: usar o lixo abandonado nas estradas, garimpar cacos de cerâmica, de louça, de vidro, de ladrilhos e de outros objetos considerados imprestáveis para o uso: lâmpadas queimadas, conchas, pedrinhas, correntes, tampas de metal, manilhas, faróis de automóveis... Criava flores, folhas, mosaicos, cachos de uvas, colunas e esculturas fantásticas, que fixava dentro e fora da casa. Cercando a habitação, um estranho muro levantado com pedaços de telhas, tijolos e potes de barro.  Dentro, se vê as paredes, todas preenchidas de enfeites, milhares de cacos coloridos aplicados, numa decoração luxuriante.  
A casa da flor, fica no alto de um outeiro, com uma escadaria de pedras irregulares, tem vários jarros de fores petrificadas cujas pétalas são formadas por cacos de pratos marcando os níveis da escada. 
Flores e esculturas ponteiam este muro. Por um corredor chega-se à porta de entrada.
Gabriel pode ser incluído, com sua única e poética obra, entre os artistas/arquitetos como Ferdinand Cheval, na França, Antoni Gaudí, em Barcelona, Antonio Virzi, no Rio de Janeiro, com sua arquitetura orgânica e surreal.
Com 92 anos, em 3 de março de 1985, o artista sonhador morreu. Com a sua morte, a Casa da Flor corria o risco de desaparecer, mas a persistência de outros homens, que também acreditam em sonhos a tem mantido viva. Já foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural da Secretaria de Ciência e Cultura do Estado do Rio de Janeiro.  






Wassily Kandinsky (1866 - 1944)

Kandinsky é um dos artistas mais importantes na total reformulação que a arte sofre no início do século XX. Pode ser considerado um dos pais da arte abstrata, juntamente com o holandês Piet Mondrian e o russo Casimir Malevich. Foi não apenas um artista atuante, sendo um dos mentores das chamadas vanguardas artísticas, mas também um importante teórico e produtor cultural. Poderia ter sido apenas um obscuro professor de direito na velha Rússia czarista, se não houvesse decidido, certa manhã, conferir uma exposição de pintores impressionistas franceses em Moscou. A visão de um monte de feno, pintado por Monet, provocou nele um entusiasmo incomum.
Nascido em Moscou, no ano de 1866, Kandinsky não abraçou o abstracionismo da noite para o dia. Foi necessário todo um processo de evolução pictórica, até alcançar gradativamente a completa abolição da figura em sua obra.
Ainda sob o efeito da exposição impressionista, decidiu recusar o cargo de assistente na faculdade de direito em uma universidade russa e, em 1896, aos 30 anos, mudou-se para Munique, na Alemanha, com o firme propósito de dedicar-se ao estudo da arte. Antes de partir, casou com uma prima, Anya Ticheyeva, que levou junto com ele.
Seus primeiros quadros europeus, é verdade, ainda mostravam nítidas influências impressionistas. Exibiam figuras humanas, objetos naturais e evocavam elementos da arte popular russa. Aos poucos, porém, os contornos se fizeram mais imprecisos, os rostos perderam definição e, cada vez mais, as formas tornaram-se apenas vagas referências de algo existente no mundo real. "Enquanto a arte não dispensar o objeto, ela será meramente descritiva", sentenciou Kandinsky.
Casado pela segunda vez, com uma artista alemã, Gabriele Muenter, Kandinsky decidiu voltar à Rússia em 1914. Três anos depois, em 1917, trocou Gabriele por uma jovem russa, Nina von Andreyewsky, com quem ficará até o fim da vida.
Em 1933, com a chegada de Hitler ao poder, a alemã Bauhaus foi fechada. Kandinsky, que já fora criticado e defenestrado pelos soviéticos, passou a ser rotulado pelos nazistas como um "cancro da bolchevização da arte". Não lhe restava outra alternativa a não ser providenciar uma nova e imediata transferência, agora para Paris.
Sete anos mais tarde, quando os nazistas invadiram a França, Wassily Kandinsky estava velho demais para empreender mais outra mudança. Septuagenário, cuidou de diminuir o ritmo de sua produção e passou a viver de forma discreta e reservada.
Kandinsky expõe pela ultima vez na galeria L'Esquisse, em Paris, no ano de 1944. Em 15 de Dezembro de 1944, morre de arteriosclerose, em Neuilly-sur-Seine, aos 78 anos. Passado o obscurantismo nazista, seu nome foi aclamado, na Alemanha e em toda a Europa, como o mestre que inaugurou o abstracionismo, uma das maiores revoluções de todos os tempos na história da arte.

Kandinsky dividiu seus quadros em três grupos:

'Impressão' - Uma referência ao modelo naturalista.
‘Improvisação' - Onde seus trabalhos refletem emoções espontâneas, através da comunicação entre si, de cores e formas.
'Composição' - O grau mais complexo e elevado, alcançado após longos trabalhos preparatórios.

Beleza Russa em Meio a uma  Paisagem

Couple Riding -1906


O Cavaleiro Azul - 1903










Autumn in Bavaria


Improvisação 6





Fuga 1914


Composição VI


Moscovo I


Composition IV - 1911


Black and Violet -1923


Capricho - 1930
 

Amarelo, vermelho, azul - 1925


Composição VIII - 1923

White II - 1923


Composição 9 -1936

Composição X -1929



Ana Mae Barbosa

Nasceu no Rio de Janeiro, criada em Pernambuco desde menina, é graduada em Direito. É a principal referência no Brasil para o ensino da Arte nas escolas, tendo sido a primeira brasileira com doutorado em Arte-educação, defendido em 1977, na Universidade de Boston. Em 1987 desenvolveu, com apoio em sua "proposta triangular", o primeiro programa educativo do gênero, que consiste no construir conhecimentos em apoio do programa de ensino de Arte em três abordagens para efetivamente Arte.

Contextualização histórica;
Fazer artístico;
Apreciação artística.

No Brasil, a professora Ana Mae Barbosa adaptou a teoria Norte Americana ao nosso contexto, denominando-a Proposta Triangular por envolver três vertentes: o fazer artístico, a leitura da imagem (obra de arte) e a história da arte.  “O que a arte na escola principalmente pretende é formar o conhecedor, fruidor e decodificador da obra de arte (...). A escola seria a instituição pública que pode tornar o acesso à arte possível para a vasta maioria dos estudantes em nossa nação (...)” (Ana Mae, O ensino da Arte no Brasil).

No Brasil, nosso maior problema é a alfabetização, isto é, há a necessidade urgente de se enfatizar a leitura de palavras, gestos, ações, imagens, prioridades, desejos, expectativas. Como explicita ainda Ana Mae (1995, Teoria e prática da Educação Artística São Paulo: Cultrix ): "Num país onde os políticos ganham eleições através da televisão, a alfabetização pela leitura da imagem é fundamental, e a leitura da imagem artística, humanizadora".

TRÊS PALAVRAS-CHAVE
}        Apreciar: enxergar as oportunidades para o desenvolvimento da sensibilidade artística, da  capacidade   do   aluno   de   ler   e   apreciar obras de arte de diferentes linguagens;
}        Contextualizar: possibilitar a contextualização das obras, dando acesso ao conhecimento da história das diferentes artes, da vida e obra de artistas consagrados pela humanidade.
}        Produzir: promover situações em que a expressão de cada indivíduo se manifeste em produções próprias;

O PCN e o ensino de Arte

“A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido às experiências das pessoas: por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade, a  percepção, a reflexão e a imaginação. Aprender arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles. Envolve, também, conhecer, apreciar e refletir sobre as formas da natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas” (PCN Arte, pág. 11).

Para refletir
  “Precisamos levar a arte que hoje está circunscrita ao mundo socialmente limitado a se expandir, tornando-se patrimônio da maioria e elevando o nível de qualidade de vida da população.”


Ana Mae Barbosa, A imagem no ensino da arte, Perspectiva, Porto Alegre, 1991

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Morais Filho


Raimundo Morais Pessoa Filho

O artista plástico Morais Filho nasceu em São Luís, capital  do Maranhão em 21 de abril de 1978. Mudou-se para Açailândia MA, aos 7 anos de idade.
Desde pequeno sempre teve inclinação para as artes plásticas, já demonstrando o talento pela habilidade com lápis de cor e pincéis  em seus desenhos escolares.
Seu primeiro contato com tintas e pincéis a começar pela pintura em tecido, em cerâmica, e algumas técnicas de artesanato até chegar à pintura em óleo sobre tela aconteceu graças à oportunidade dada pela pedagoga Maria Enoy Brito dos Santos que na época em que conheceu Morais Filho era sua professora no Ensino Fundamental e gentilmente lhe repassou os seus conhecimentos em pintura através de suas técnicas.
O seu estilo é versátil, sua temática variada, tais como as cenas paisagísticas, o cotidiano do povo da região em que vive figuram seu universo artístico, além de naturezas-mortas, flores, temas religiosos, etc.
Em seu trabalho, prevalece o figurativo apesar de, recentemente estar passando por uma mudança em sua maneira de pintar  compondor  obras abstratas, geométricas, técnica mista etc.
          Em 2005 foi contemplado com o patrocínio do Banco do Nordeste pelo  Programa BNB de Cultura graças ao Projeto de sua autoria “ A Expressão Plástica como Meio de Inclusão Social” que gerou a Exposição de telas intitulada “Uma parte de mim é toda Arte”. Neste projeto foram pintadas 40 telas cujo tema se restringiu ao cotidiano do povo de Açailândia e sua paisagem. A partir dessas telas foram criados cartões postais e camisetas como lembranças da cidade em que mora.
Além da exposição individual fruto do projeto, paralelo à sua produção, o artista desenvolveu uma oficina de pintura em tela com dez adolescentes e jovens da comunidade.  Uma parte do acervo produzido no projeto encontra-se hoje no Centro Cultural Banco do Nordeste em Fortaleza CE.
Em Açailândia, já trabalhou também na Secretaria Municipal de Cultura, foi Coordenador de Arte da APAE Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, na   Casa do Artesão, e recentemente no Programa Educação nos Trilhos da Fundação Vale em parceria com o Canal Futura.Nesses últimos programas  e instituições citadas, Morais Filho desenvolveu especificamente seu trabalho enquanto artista plástico e arte-educador.
         Além da pintura, Morais Filho realiza criações de layouts para logomarcas. 
         Contribuiu muito como voluntário em ONG’s de sua cidade,  participou ativamente dos eventos e articulações no que diz respeito às atividades e projetos culturais dentre eles os fóruns de Cultura.
Ilustrou os desenhos para o livro “Sementes na Terra”  (coletânea Poética) e para o Memorial Poético Visual do Projeto “Josimos Nunca Mais”, e também ilustrou o livro “Cinzas Mortas” de autoria do professor Milton Teixeira.
         Desenhou todo o figurino e cenário da Peça Teatral “Josimos das Águas das Terras de Lá”, e também do Espetáculo dançante   “Quilombagem”. Este estreou no teatro João do Vale quando do  Plano de Lançamento de Erradicação do Trabalho Infantil e posteriormente  circulou em algumas cidades da Espanha em 2008.
        Em 2010 produziu desenhos inspirados no trabalho escravo para compor o Atlas Jurídico sobre trabalho escravo no Maranhão produzido e lançado naquele mesmo ano  pelo CDVDH Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia-MA.
Paralelo às artes plásticas, profissionalmente Morais Filho já  desenvolveu outras   funções em diversos órgãos, empresas e instituições dentre elas, Banco do Brasil seu primeiro emprego,  IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísta,Fundação Sousândrade, Alternativa Serviços Gerais, SEEDUC-Secretaria de Educação, PETI, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, SEMUS-Secretaria Municipal de Saúde-N.M.E.S- Núcleo Municipal de Educação em Saúde.
É Licenciado em  Magistério Superior pela Universidade Estadual do Maranhão, UEMA.
Está cursando Artes Visuais na Universidade Federal do Maranhão, UFMA .
Recentemente ministrou um  curso de  pintura em tela na Galeria Brasil pela Be’larte e em seu atelier, está pintando sob encomenda.
Atualmente Morais Filho está trabalhando na Secretaria Municipal de Cultura de Açailândia.
Através da pintura, o artista encontrou uma maneira de partilhar o que ele tem de melhor e que espera melhorar ainda mais, encontrando na arte a sua razão de viver.   



Detalhe da obra
   
Etnia


Paisagem Maranhense - Morro do Garrafão Tasso Fragoso -MA

 
Tulipas


Transparência



Temos Direito de Brincar


Rosa Escarlate


Rebentação



Rainha da Paz


O Filho do Pescador







Aceita um copo de leite - Série Jardim

Homem da Roça





Meus Segredos de Liquidificador

Dança

Capuccino


Etnias





Primitivo

Preto e Branco





Consciência Negra



Cambiante

Outros Trabalhos do Artista






 
Fonte: Biografia fornecida e atualizada, em 2011, pelo próprio artista.